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domingo, 6 de setembro de 2009

Total irregularidade


No exato momento em que escrevo este texto, estou assistindo ao jogo entre a belga Kim Clijsters e a americana Venus Williams, pelo US Open – último Grand Slam do ano. O primeiro set foi pneu para a “retornante”. Já no segundo set, que recém terminou, o pneu foi aplicado por Venus. (Pneu na linguagem do tênis é um placar de 6x0). Relato isso para justificar o que vou escrever a seguir. Tamanha irregularidade não é surpresa alguma quando se trata de tênis feminino, e essa é uma das razões pelas quais não sou super fã de jogos da WTA. Mas assisto primeiramente por questões profissionais, já que tenho trabalhado com torneios profissionais, como o Bank of the West Classic (www.bankofthewestclassic.com), e em segundo lugar, porque não deixa de ser interessante analisar tal desequilíbrio.

A principal notícia do US Open esse ano é a zebra. Ana Ivanovic, Jelena Jankovic, Elena Dementieva, Maria Sharapova e Dinara Safina foram eliminadas ainda na primeira semana. Nas transmissões da TV americana é só isso que se fala. Para mim não é zebra e nem surpresa, com exceção da Melanie Oudin (falarei dela a seguir). O fato é que eliminações de jogadoras bem ranqueadas acontecem sempre. Por alguma razão que eu não tenho capacidade de apontar, as mulheres não são capazes de provar em quadra o que seus ranques indicam. Ficam nervosas, cometem muitas muitas dupla faltas e erros não-forçados. O jogo da noite de ontem entra a novinha Petra Kvitova e a número 1 do mundo (fato também estranho) Dinara Safina é a maior prova disso. Apesar da garota mostrar garra e vencer, na minha opinião foi um jogo feio. Ambas errando bastante, e simplesmente colocando a bola do outro lado sem técnica ou habilidade. Foram poucas vezes que eu comentei “que bola!!”.


Russa Dinara Safina, número 1 do mundo (??)

Aí o que acontece é que o torneio vai acabar e mesmo que a americana Serena Williams confirme o favoritismo e vença, conquistando seu terceiro Grand Slam no ano, a russa Safina vai continuar sendo a primeira do ranking da WTA, mesmo ainda não tendo vencido nenhum major. Ou seja, a estranha performance de jogadoras em quadra reflete a incoerência do ranking da WTA. Nem mesmo os comentaristas aqui nos EUA entendem a lógica (se é que há uma) por trás da pontuação. Acho que já está na hora de uma revisão de tal procedimento. O ano de 2009 tem que pertencer a Serena, apesar de particularmente eu não ser fã do estilo dela.


Americana Serena Williams, que deveria ser a número 1 do mundo (??)

Lembro de uma época, lá por 2004/2005, em que a grande Lindsey Davenport liderava o ranking feminino mesmo estando em má fase. Somente em 2006, outra belga famosa, Justine Henin conseguiu atingir o topo. Aí foi talvez o momento mais justo do ranking da WTA. Justine fez por merecer a liderança naquele ano e nos seguintes, até anunciar sua aposentadoria na metade de 2008. A partir dali, nenhuma jogadora conseguiu se firmar até Safina. E mesmo assim, a irmã do Marat Safin não faz por merecer. Lembram da final do Australian Open, contra Serena? Ou da final de Roland Garros, contra a compatriota Svetlana Kuznetsova? Safina parece que esquece de jogar nos momentos de decisão.

Mas nem tudo é tão ruim. O retorno de Clijsters faz muito bem ao tênis feminino. Ta aí uma jogadora extremamente talentosa e que parou de jogar cedo para casar e ter uma filha. Mas voltou nesse verão americano e tem mostrado que não vai demorar muito para alcançar o top 10 e quem sabe até o top 5. Aí, de acordo com rumores, parece que Justine está sentindo falta do jogo e quer retornar. Nada está confirmado ainda, mas isso eu sabia. Escrevi aqui, no dia que ela anunciou a aposentadoria, que não iria durar. Ela precisava era de uma folga.


Belga Justin Henin, ex-número 1 do mundo

Por fim, a outra notícia boa foi ver a jovem Melanie Oudin jogar. Apesar de ontem eu estar torcendo por uma vitória da Maria Sharapova, gostei muito da americana de 17 anos. Melanie, que derrotou também Elena Dementieva e, em Wimbledon, Jelena Jankovic, é fã de Justine e, apesar de não terem estilos semelhantes, a garra da menina lembra a da ex-número 1.


Americana Melanie Oudin, surpreendendo a todos

Ainda assim, acho que a Sharapova está merecendo um título. Passar por uma cirurgia no ombro, quando potência é sua principal arma, esperar meses até uma recuperação, e voltar com tanta expectativa não é fácil. Além disso, tive a oportunidade de conhecê-la durante o Bank of the West Classic. O que vi foi uma jogadora 100% focada o tempo todo. Apesar de toda a fama que carrega fora das quadras, com seu envolvimento em moda, ela leva o tênis muito a sério, sendo sua principal prioridade. Além disso, ao contrário do que muita gente pensa, não é nada arrogante. É quieta, em razão de estar concentrada, mas é uma pessoa muito educada – o que já não se pode dizer de outras, bem, mas bem menos famosas e talentosas.


Russa Maria Sharapova, tentando voltar ao topo

A propósito: ao que termino de escrever, Clijster acaba de derrotar Venus por 6x0, 0x6 e 6x4. Merecido!


Belga Kim Clijster, de volta ao tênis

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